No tempo em que ainda não havia luz eléctrica, mas pouco
faltava, quem quisesse trabalhar ou ler depois do sol posto alumiava-se com
candeeiros de petróleo. Os mais pobres, sem dinheiro para o petróleo, usavam
velas de sebo.
Era o caso do poeta da nossa história. Estava ele, à noite,
a escrever uns versos, iluminado apenas pela luz do luar e pela chama incerta
de uma velinha a finar-se, quando uma nuvem interceptou a luz da Lua.
– Ai! – lamentou-se o poeta. – Não
tarda que a vela acabe. Como vou eu conseguir terminar o poema?
Abriu a janela e gritou:
– Vento, se és meu amigo, afasta a nuvem, para que o
luar volte a iluminar-me.
O vento terá ouvido o pedido e rodopiou numa súbita
ventania. Tanta foi que soprou a vela do poeta. Ficou o pobre às escuras.
– Vento, tu não percebeste o que te pedi – irritou-se
o poeta. – És um desastrado.
Do céu carregado de nuvens começou a cair uma valente
chuvada.
– Pronto. Não precisas de chorar. Ninguém é sempre perfeito – disse o poeta ao vento.
– Pronto. Não precisas de chorar. Ninguém é sempre perfeito – disse o poeta ao vento.
Fechou a janela e, resignado, foi para a cama às
apalpadelas. Ficou o poema a meio. Não se perdia grande coisa, que o poema
valia pouco. Ninguém é sempre perfeito...
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When there was no electric light, but almost, who ever wanted to work or read after sunset had to illuminate with oil lamps. The poorest, with no money for oil, used tallow candles.
It was the case of the poet of our story. There he was at night, writing verses, lit only by the moonlight and by the uncertain flame of a little candle almost extinguishing, when a cloud intercepted the light of the moon.
It was the case of the poet of our story. There he was at night, writing verses, lit only by the moonlight and by the uncertain flame of a little candle almost extinguishing, when a cloud intercepted the light of the moon.
– Oh! – Lamented the poet. – It won’t be long
and the candle will extinguish. How will I manage to finish the poem?
He opened the window and shouted:
– Wind, if you're my friend, remove the cloud, so that
the moonlight can again give me light.
The wind must of heared the request and whirled in a sudden
gale. It was so much that it blew the candle of the poet. The poor man found
himself in the dark.
– Wind, you did not understand what I asked – said the
irritated poet. - You're clumsy.
From the overcast sky began to drop a mighty downpour.
– Now. No need to cry. Nobody is always perfect – said
the poet to the wind.
He closed the window, and resigned, went to bed groping. The poem stayed
unfinished. Not much was lost, because the poem wasn’t that good. Nobody is
always perfect...
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